A jornada até aqui
eu sou uma pessoa insatisfeita, e isso não é grande coisa, creio eu que insatisfação é natural pra nossa espécie né? Insatisfação, polegares opositores e colesterol alto... mas é, assim como você eu sou insatisfeito, sobre mim sobre o mundo sobre religião, sobre politica.
o problema é que quando se é insatisfeito sobre religião, você pode ter um grande problema, o que n foi o meu caso, porque eu falei sobre minha insatisfação com a minha mãe quando eu tinha 12, e ao invéz de me obrigar a ir a missa, minha mãe procurou um centro espirita pra frequentarmos juntos, minha mãe é foda!
Quando eu li “o diário de um mago” do Paulo Coelho (que não tem nada a ver com walnom e que é um livro para e apenas para entretenimento, que isso fique claro) eu percebi que magia era uma coisa real, mas eu n tinha quem me ensinasse, eu morava no mato grosso e não era a pessoa mais paciente do mundo, então eu pensei “se existe magia, alguém fez isso primeiro, alguém com o mesmo dna que eu, com a mesma capacidade cognitiva, se essa pessoa inventou a magia, eu posso reinventar do meu jeito!” eu pensei isso porque como todo adolescente eu era absurdamente arrogante, deuses... como é que eu tô vivo??
ok pulando os dramas e arrogancias adolescentes, eu fiquei mais velho, comprei livros, estudei pra caralho, conheci pessoas que disseram que os livros que eu estudei pra caralho eram uma bosta, aí eu comprei outros livros e por aí vai; quando eu fiquei um pouco mais velho, eu li sobre um deus celta conhecido como “o da mão longa” porque ele podia tocar vários aspectos da vida, era mestre em várias artes, um Jack of all trades divino, LUGH e eu achei ele muito foda, e fiz um ritual de dedicação a ele, um ritual tosco, pueril, bobo mesmo... mas funcionou, porque pelo jeito os deuses gostam de adolescentes, e desde esse dia eu me considero devoto de Lugh.
O problema é que eu sou uma pessoa preguiçosa, de verdade, sem condescendência, sou preguiçoso mesmo, e por ser preguiçoso eu comprei a velha ladainha “os celtas não escreviam! Não tem material! Bla bla bla preencher lacunas wiskas sachê!” e usei e propaguei uma pratica absolutamente gnostica (gnostica = que eu tirei do cu) que eu erroneamente chamava de celta, e como eu sou uma pessoa de fala muito veemente, mesmo quando eu não faço ideia do que eu to falando, eu convenci muitas pessoas da “celtitude” da minha pratica... desculpa gente...
veja bem, as coisas funcionavam, Lugh me ouvia, meus feitiços funcionavam, mas eu sabia que tinha coisa faltando, eu n poderia viver e manter uma farsa assim, principalmente depois que novos fatos foram se apresentando, eu descobri ordens druidicas, achei livros que contradiziam minha gnose, achei pessoas que sabiam pra caralho sobre os celtas e me jogavam na cara (de forma impressionantemente educada... eu devo ter muita sorte) que eu tava viajando completamente, e aí eu tinha uma escolha, engolir a arrogância e me permitir aprender, ou ser um adolescente babaca pelo resto da vida, então eu peguei um copão de humildade (que adquiri nuns anos que frequentei um terreiro de umbanda) e empurrei a arrogância (ou ao menos uma boa parte dela) goela a baixo.
Entrei num colegiado druidico meio amalucado, mas pouco tempo depois vi o Nathair Dorchadas (sacerdote chefe de Walonom) dar uma surra de pau mole em algum babaca da internet e aí resolvi vir pra Walonom, e Walonom resolveu me aceitar, e eu amei as pessoas, e as pessoas me amaram, e muita gente saiu e muita gente entrou, e mesmo a distancia, esta ordem tem me mantido são, honesto e honrado!
Semana passada eu fui alçado a casta (castas celtas são diferentes de castas indianas ok?) de Asarlai como dedicante, e quero continuar minha jornada, porque eu quero mostrar a Lugh que eu também sou capaz de ter longos braços, sou capaz de aprender com meus erros, e serei capaz de me inspirar e inspirar alguém com a minha jornada Waloniana.
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